Vlad, a última confissão
de C.C. Humphreys
“... aço contra aço, quebrar
de ossos, gritos de raiva, dor, terror, Vlad não sentia nem ódio nem medo, só a
ânsia de tirar a vida de outro inimigo. Alguém que queria se provar mais forte,
e fracassava. Esbravejando com fúria, um turco enorme passou correndo por sobre
os corpos de seus camaradas, levantando sua espada em um arco impossível de
deter em direção à cabeça dele. Não havia outro lugar para ir a não ser para
trás. Seu pé bateu na plataforma do molinete, a lâmina passou a um dedo de seu
rosto, a força fazendo-a se enfiar no chão, e a madeira segurando-a ali o tempo
suficiente para Vlad passar sua cimitarra direto pela garganta do turco.”
A despeito da foto
vampiresca do Bob acima, este livro não trata sobre vampiros, e sim de um
personagem histórico, Vlad III, príncipe da Valaquia, conhecido como Vlad
Tepes, o empalador, que inspirou o autor Bran Stocker a escrever o tão
conhecido livro Drácula.
O autor teve a idéia de
recontar a história de Vlad através do relato de três pessoas muito próximas
dele. Assim a personagem Janos Horvathy reúne no castelo de Poenari, o melhor
amigo, a amante e o padre confessor de Vlad, para que unindo os relatos de cada
um possa chegar a verdade sobre o príncipe Vlad.
Desta forma a história
iniciada por seu amigo começa com Vlad ainda bem jovem quando ele e seu irmão
Radu foram entregues pelo pai aos turcos como garantia de obediência. Os irmãos
são educados pelos turcos, estudando inclusive a religião mulçumana. Quando o
pai se volta contra os turcos Vlad é mandado para outro lugar onde fará outro
estudo, a tortura, e é neste lugar que ele conhece a técnica do empalamento,
com a qual virá no futuro a ser conhecido e temido. Após o assassinato de seu
pai e de seu irmão mais velho o sultão fornece apoio a Vlad para coloca-lo no
trono da Valáquia em lugar de seu primo em troca de lealdade, é claro que Vlad
uma vez conquistado o trono não se sujeita as ordens do Sultão.
C.C. Humphreys mistura
personagens reais e fictícios com uma narrativa envolvente, nem acredito o quão
rápido eu li este livro, depois que você começa a lê-lo é difícil parar.
Ao final do livro há A Nota
do Autor onde ele declara que não quis julgar o seu personagem deixando ao
leitor o julgamento desta confissão, Vlad foi um monstro sangüinário ou um
herói que precisava ser um guerreiro cruel. Bem, em minha opinião, eu li desde
o princípio do livro que a história era contada com a visão de um herói, não vi
esta imparcialidade do autor.
Livro recomendado a todos
que querem saber mais sobre a história que deu origem ao mito de Drácula, que
goste de narrativas medievais e gostariam de saber mais sobre o que aconteceu neste
período histórico na região da Romênia.
Boa leitura.